Como cuidar da saúde mental
Arranhões, hematomas, cortes, lesões e fraturas. São “machucados” que podem acontecer em nosso corpo, assim como quando não nos exercitamos, nos alimentamos ou dormimos bem causamos danos em nossa saúde. Às vezes, nos esquecemos que a nossa mente também sofre feridas “invisíveis” por exposição contínua a condições não saudáveis ou traumas. E, como é importante equilibrar a saúde externa e interna, da mesma maneira que nos preocupamos em evitar lesões em nosso corpo, o mesmo deve valer também com a nossa saúde mental.
Mas, como é possível proteger a nossa saúde mental, evitando transtornos? Entenda um pouco melhor sobre o assunto e saiba as principais dicas de como cuidar desse âmbito da saúde que é tão fundamental quanto a saúde do corpo.
Cenário da saúde mental
Entre os problemas de saúde mental, os transtornos de ansiedade e a depressão são os mais comuns. Segundo um relatório de 2017 da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo e o quinto que mais sofre de depressão. São cerca de 18,6 milhões de pessoas com transtorno de ansiedade, o equivalente a 9,3% da população brasileira, e 11,5 milhões com depressão, equivalente a 5,8% da população. E como fator agravante,a maior parte dessas pessoas não está recebendo o tratamento adequado.
Os transtornos de ansiedade possuem sintomas mais intensos do que a ansiedade cotidiana. Os principais são: preocupações; tensões ou medos exagerados e muitas vezes incapacitantes; sensação contínua de que algo muito ruim vai acontecer; ou preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho.
Já a depressão é caracterizada por um conjunto de sintomas que podem incluir humor depressivo, sensação de tristeza, sentimento de culpa, apatia, falta de energia, insônia ou sonolência, diminuição ou aumento de apetite. A fase da vida mais acometida por esse transtorno costuma ser a terceira década, mas pode acometer também qualquer idade.
Aspectos sociais
A saúde mental também está diretamente ligada a aspectos sociais e culturais. Exemplo disso é que uma em cada cinco pessoas que vivem em áreas afetadas por guerras e
conflitos civis desenvolve depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno bipolar ou esquizofrenia.
Impactos da pandemia na saúde mental
A tecnologia, as novas formas de comportamento e relações sociais pós pandêmicas tornaram a saúde mental ainda mais necessária de ser pensada e cuidada. Na prática, a pandemia intensificou quadros de ansiedade e depressão e desestabilizou doenças pré-existentes que estavam controladas. Além disso, novos casos proliferaram e a busca por tratamento aumentou. Inclusive, a própria condição de trabalho home office permanente gerou impactos na saúde mental da população.
Exemplo disso é revelado em um estudo de 2020 da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) intitulado “saúde mental e o excesso de reuniões virtuais”, ou fadiga do zoom, que ouviu psiquiatras associados em todo o país. Destes, quase 55% perceberam aumento nas queixas dos pacientes sobre o excesso de videoconferências nos últimos cinco meses.
Ainda de acordo com o estudo, mais de 60% dos entrevistados também notaram o crescimento da prescrição de medicações psiquiátricas ou psicotrópicos no mesmo período, e quase 70% aumentaram as prescrições de psicoterapia para seus pacientes.
Protegendo a mente
Assim como precisamos fazer com a saúde do corpo, os cuidados com a saúde da mente precisam ser diários. Com alguns hábitos simples e eficazes, é possível prevenir alguns transtornos, assim como eles também devem ser adotados como práticas indispensáveis no tratamento dos problemas mentais. Confira:
– Adote padrões de sono saudáveis. Procure dormir e levantar sempre no mesmo horário e cumprir entre sete e oito horas de sono.
– Encontre alguma atividade física que lhe proporcione prazer, e mantenha a rotina de exercícios.
– Cuide do seu bem-estar. Tem feito algo com carinho para si mesmo, ou reservado um momento de relaxamento? Eles também são prioridades em sua vida.
– Desenvolva estratégias de enfrentamento e resolução de problemas sempre de forma saudável.
– Converse sobre suas emoções. Mantenha um canal de comunicação aberto com pessoas de sua confiança, que lhe fazem bem, e compartilhe sobre seus sentimentos com elas.
– Respeite os seus limites, seu tempo e suas vontades. Está tudo bem em não dar conta de tudo.
– Mantenha uma alimentação saudável, mas também uma relação saudável com a comida. Ou seja, é preciso priorizar os hábitos alimentares saudáveis, mas essa relação não precisa ser extremamente rígida e fonte de angústias.
– Tenha cuidado com excesso de informações. Precisamos nos informar com o que é necessário, mas consumir notícias em excesso, principalmente diante um momento desafiador como a pandemia, pode ser extremamente maléfico para a nossa saúde mental.
– E falando em notícias, aprenda a selecionar: busque fontes seguras de informações, de qualidade e estipule um limite diário de tempo para conferir esses conteúdos.
– Cuide diariamente do estado espiritual. Preserve sempre o seu momento diário de exercício da fé.
– Caso perceba que não vem se sentindo bem, com dificuldades para lidar com as emoções e com as rotinas do dia a dia, bem como tendo pensamentos negativos com recorrência, busque ajuda profissional. Seu médico de rotina pode te auxiliar a encaminhar ao profissional correto para o seu caso.
– E se você já está fazendo algum tratamento para saúde mental, seja com psicólogo e/ou psiquiatra, com o uso ou não de medicamentos, continue seu tratamento.
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Fontes:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/depressao
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Saude-Mental
https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/2021/01/Cartilha-2020-USP-digital-completa-OK.pdf